sábado, 14 de novembro de 2009

Seja um eterno observador de si mesmo!

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.

Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Suas células estão constantemente processando as experiências e metabolizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais.

Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento. Você se transforma na interpretação quando a internaliza.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos.

A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.

Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”

Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontem. Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje! Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!

Autor: DEEPAK CHOPRA

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Encerrando Ciclos

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as
razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir
recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão
emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em
que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

Paulo Coelho

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SER SAUDÁVEL É APENAS UMA QUESTÃO DE ATITUDE

Você já deve ter ouvido falar que o seu corpo é o reflexo daquilo que você come. Pois bem, minha coluna deste mês é para falar um pouco sobre o quanto isso é verdade!

Como tudo no nosso comportamento é gerado por um condicionamento e até mesmo um espelho, que normalmente vem do reflexo dos nossos pais e amigos, questione-se: você come aquilo que gostaria de comer ou aquilo que as pessoas dizem que você deveria?

Quando eu comecei a me fazer esta pergunta, muitas fichas cairam. Percebi que por muitos anos eu torci o nariz para o prato que minha mãe me fazia e não entendia muito bem por que. Até que descobri! Descobri que não gostava de praticamente nada do que era obrigada a comer, começando por carnes.

De certa forma meu corpo rejeitava esse tipo de alimento. Percebia isso porque eu demorava muito tempo pra digerir, acabava me sentindo muito pesada, entre outras coisas inúmeras que só observando o seu próprio corpo você detecta.

Entretanto, enquanto meu referencial fosse o grupo que continuasse a comer coisas que eu não gostava, mas que estavam ali, seria muito dificíl mudar meu comportamento.

Quando optei por um novo estilo de vida, que veio com a prática do Yôga e dessa cultura intrínsica à filosofia, descobri inúmeras coisas que contribuiram para um novo condicionamento e uma delas foi a reeducação alimentar.

Passei a observar com muito mais cuidado o que eu ingeriria, por me preocupar mais com a minha saúde, o meu corpo, a minha energia.

Optei por não comer mais carne e fiz isso de forma muito natural. Substitui este alimento por praticamente tudo o que eu não comia antes. Descobri novos sabores, novos alimentos, novos prazeres à mesa, novos paladares.

Talvez você não consiga imaginar isso por ter como referencial apenas um tipo de alimentação, mas certamente não imagina a quantidade de opções saborosas que temos para incrementar o nosso prato.

O mais interessante de você observar uma alimentação saudável é o resultado no seu corpo. Começando por como seu intestino funcionará melhor, uma vez que a digestão é mais rápida, sua pele, seu hálito, seu cheiro. Tudo muda e muda para melhor.

Um outro fator bem importante é que o alimento que você come representa a energia que você emana pra dentro do seu corpo. Qual energia você quer circulando em suas veias? Uma energia positiva, que proporciona maior disposicão e vitalidade, ou aquela que te deixa pesado, lento e cansado? Uma energia de vida ou uma energia de morte?

Basta você avaliar simplificadamente dois alimentos: uma fruta e um frango assado! Qual você acha que tem uma energia mais positiva? Não vou responder a pergunta, vou deixar você observar quem putrefica mais rápido. O tempo que demorar pra comida apodrecer, é também o tempo que ela vai dessa mesma forma permanecer no seu intestino!

Não estou fazendo nenhuma apologia ao vegetarianismo, apesar de ter me tornado vegetariana, mas sim uma reflexão para que você observe como está o seu corpo agora e como você gostaria que estivesse.

As vezes basta apenas uma mudança bem simples no nosso comportamento para ter de retorno um resultado incrível. E saúde não se compra, se conquista!

Cherrine Cardoso

domingo, 11 de outubro de 2009

Aprendendo a dizer NÃO

Este texto exprimi muito do que eu tenho vontade de falar inúmeras vezes!
Tão bom ler alguém que consiga resumir em uma lauda o que penso por dias rsrsrs

(Texto na Revista do Jornal O Globo)

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe acreditem, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se há ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que se lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.. A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

sábado, 5 de setembro de 2009

Yôga x Ióga, tem diferença?


Mais Energia! - Yôga x Ióga, tem diferença?

"A coluna deste mês será para esclarecer ao leitor algumas diferenças entre o que é Yôga e o que é ioga.

Muitos acreditam ser apenas uma forma diferente de se pronunciar o nome desta filosofia, mas que no fundo a prática promove a mesma coisa, independentemente da grafia. No entanto, é um pouco mais que isso.

O que muitos conhecem como Yôga aqui no ocidente, infelizmente, é bem diferente do que a filosofia ancestral, que provém da Índia e tem suas raízes fundamentadas no Tantra e Sámkhya, filosofias comportamentais e teóricas respectivamente.

Para falar de Yôga precisamos antes falar um pouco de seu criador, Shiva. Sim, Shiva foi um homem.

Que de acordo com a história existiu fisicamente há mais de 5 mil anos. Um homem que, segundo consta, deixou brotar de forma instintiva as técnicas que esta prática oferece para o desenvolvimento do indivíduo.

Entretanto o mesmo Shiva (e não podemos afirmar que este tenha sido seu nome verdadeiro, mas foi o nome dado a sua personificação) ao longo dos milênios foi representado pela mitologia hindu de várias formas.

Ele aparece de duas maneiras muito importantes para sua história, que são como o Rei dos Bailarinos (Natarája) e como Shankar, o Shiva em seu estado de meditação.

Com estas representações mitológicas estudiosos resgataram os conceitos no qual o Yôga Pré-Clássico foi fundamentado e como foi formada sua prática.


Aqueles que estudaram a fundo as origens deste yôga tão antigo chegaram a registros de técnicas que eram praticadas e que produziam no indivíduo uma consciência expandida, dando a este estado o nome de samádhi (algumas linhas de yôga também o chamam de nirvana, entretanto nirvana é um termo budista, e o yôga é fundamentado pelo hinduísmo, o que demonstra aí uma heresia no termo).

Logo, a prática do Yôga tem como objetivo o samádhi, ou seja, um estado de hiperconsciência, também chamado de auto-conhecimento.

E como se atinge este objetivo? Através de uma filosofia estritamente prática, composta por 8 feixes de técnicas que vão, além de conduzir o praticante a meta, proporcionar maior bem estar, um aumento de vitalidade, de energia, de disposição.

As técnicas que compõe esta prática são mudrás (gestos energéticos feitos com as mãos), pújá (retribuição de energia), mantras (vocalização de sons), pránáyámas (técnicas respiratórias), kriyás (atividades de limpeza do corpo), ásanas (técnicas orgânicas e físicas), yôganidrá (técnica de descontração) e por último samyama (técnica de concentração e meditação).

Depois de uma hora praticando, nesta ordem, cada uma destas técnicas, o praticante certamente perceberá que algo torna-se diferente na sua maneira de sentir o seu corpo, e a busca por uma consciência expandida começa por você se conhecendo primeiro.

Agora aonde está a diferença então entre o que é o Yôga e o que é a ióga (primeiro que os gêneros das palavras são diferentes, Yôga é uma palavra masculina. Todos na Índia pronunciam assim com o “o” fechado. Se lido em sânscrito pela escrita dêvanágarí o acento está descrito também na escrita, logo falar ioga é na verdade um erro, dado por conta da ocidentalização do termo.

Uma vez que a palavra foi transliterada para o português e com isso ganhou ao invés do acento circunflexo que é o que o caracteriza com a pronúncia correta, um acento agudo, promovendo uma grande confusão)?

Bom, a ióga nada mais é do que práticas que foram sendo criadas usando algumas das técnicas que compõe a prática completa do Yôga. Tanto que quando você busca por Yôga você encontra lugares que aplicam apenas meditação, outros que se aprofundam só na prática de ásanas ou pránáyámas, outras tantas que vendem ióga pra idosos, crianças, cachorros.

Quem realmente se interessa pelo assunto e procura conhecer a fundo o que é a prática e a filosofia, logo vê que se trata de uma prática de força e energia. Dificilmente pessoas que não tenham um bom reforço biológico conseguem acompanhar as técnicas físicas.

O Yôga não visa resolver as mazelas humanas e curar coisa alguma, diferente de algumas correntes de ióga, que vendem a prática como a solução dos problemas das pessoas.

O Yôga é um estilo de vida, uma filosofia que promove algo que cada indivíduo já possui, só não tem conhecimento. E nem vai adiantar eu ficar aqui enchendo a coluna de exemplos e indicações, você precisa conhecer. Talvez até experimentar os dois tipos para poder sentir e observar quais são realmente essas diferenças, e daí então escolher aquilo que você realmente quer e que é melhor para você!"

Por: Cherrine Cardoso

Fonte: site www.anallia.com.br

quinta-feira, 30 de julho de 2009

"Você sabia que Shiva era um homem e foi o criador do Yôga?

Você já deve ter percebido que muitas pessoas tem preconceito com relação a algumas atividades. Basta você fazer um comparativo rápido. Imagine uma menina toda delicadinha entrando pra uma prática como jiu-jitsu ou então um cara fortão iniciando uma aula de ballet clássico. Parece esquisito não? Mas são apenas paradigmas, conceitos sociais impostos e aceitos.

Com o Yôga não foi diferente. A maioria das pessoas tem uma visão deturpada do que é propriamente esta prática e filosofia. Muitos a imaginam como um método de relaxamento e meditação apenas. Outros vêem como uma prática voltada às mulheres. Errado!


O Yôga pré-clássico, que surgiu há mais de 5 mil anos na Índia, foi praticado primeiramente por um homem. Seu nome? Shiva! Isso mesmo. Shiva não é uma deusa, não era mulher. Shiva foi um homem, com traços fortes, musculatura definida e uma consciência corporal de dar inveja a qualquer dançarino. Tanto que um de seus arquétipos é descrito como o rei dos bailarinos, Natarája, tamanha destreza em seus movimentos.

O que acontece é que muitos conceitos desta prática foram se perdendo ao longo destes milhares de anos, mediante as invasões sofridas naquele país. A Índia foi o país mais invadido da história, no mundo. Passou por guerras bárbaras, foi colonizada por ingleses, portugueses etc. E suas características ancestrais tiveram uma deturpação tamanha, que o que conhecemos como Yôga dá lugar a apenas uma prática sem cunho filosófico, que chamamos de Ióga.

Ai você vai me perguntar: mas não é a mesma coisa? Yôga e Ióga? E eu respondo: não! Porém deixo isso como pauta pra próxima coluna, destrinchar mais as diferenças entre esses dois conceitos, que vão além da maneira diferente de escrever a palavra.


Vamos voltar ao conceito de que Yôga é pra homem. Se seu criador era um homem, não teria como a prática ser exercida por outro sexo. Entretanto, vemos nos dias de hoje muitas mulheres praticando, se destacando, e tendo até performances melhores que as dos homens. E eu digo: ufa! Que bom. Afinal, sou instrutora e não teria esta profissão se houvesse uma restrição da prática ser apenas para eles.

Mas ai vem a questão: por que será que tantos homens se bloqueiam ao pensar em praticar Yôga? Mais uma vez eu respondo! Por pura falta de informação. Por infelizmente se ater a divulgação da mídia e imaginarem que vão estar numa sala, com luz baixa, uma musiquinha de relaxamento e apenas mulheres em volta. Não que elas não estejam na mesma sala que você, entretanto, não é uma prática apenas para elas!

Então se você é homem e está lendo minha coluna, elimine neste momento esta imagem e conceito.

Vá ao YouTube, busque por SwáSthya Yôga e veja a prática de inúmeros demonstradores de coreografia para observar os homens que praticam, suas performances, suas definições físicas e sua expressão, observe como praticam com um semblante de felicidade estampado no sorriso, no olhar. (pode já dar uma olhadinha nas fotos em volta do texto!).


Isso só fará você perceber que além de ser uma prática extremamente forte é também linda. É uma atividade mesclada com conceitos filosóficos, que farão você não apenas se conhecer melhor e trabalhar seu corpo físico e orgânico, como também interagir de maneira mais consciente com o Universo a sua volta"
. Por: Cherrine Cardoso

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A força e o poder de uma egrégora

Esta coluna foi publicada no site www.anallia.com.br em junho.

"Esses dias parei para fazer uma reflexão sobre o valor e a importância dos grupos nos quais estamos inseridos desde o momento em que nascemos.
Se formos analisar, esses grupos são os grandes responsáveis pela nossa maneira de ver e nos relacionar com o mundo a nossa volta.

É por meio de um que moldamos nossa personalidade e identidade, que buscamos descobrir aquilo que realmente gostamos.
Entretanto, um indivíduo, em sua constante mutação, migra de um grupo a outro em diversos momentos na sua vida. Segue moda, tendência, comportamento, hábitos, costumes e isso tudo é o que determina de qual grupo ele faz parte.

Perceba que você mesmo consegue distinguir, só de olhar, passeando por um bairro ou shopping ou parque, de qual grupo certa pessoa faz parte. Você reconhece pelo tipo de roupa, pelos assessórios, pelas gesticulações e sabe identificar se é uma pessoa refinada ou não. Talvez até de que grupo social ela pertence.
Dentro da nossa cultura identificamos esta força do grupo como egrégora. A tradução deste termo, uma palavra grega da terminologia egregoroi, diz que é o conjunto de formas-pensamentos de duas ou mais pessoas, voltadas para algum propósito. Diz também que todo grupamento humano possui uma, seja ele uma empresa, clube, família ou até de ordem iniciática.

O Prof. DeRose, com seus quase 50 anos de magistério com o Yôga, também identificou o poder e a importância da egrégora. Para ele “egrégora designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade”. Hoje você consegue saber de qual tipo de Yôga um praticante pertence só de observá-lo.

Aqueles que conhecem os alunos e instrutores do Método DeRose percebem, logo de cara, que trata-se de um grupo de pessoas preocupadas em preservar o bom relacionamento humano, a boa educação, a limpeza, o bem estar, a amizade, o carinho. Sem forçar, de forma natural. Os que chegam sente, se identificam e ficam, se tiverem sintonia com a mesma vibração. Alguns até estranham, mas se a energia for compatível, logo sentem-se parte do mesmo universo. Entretanto trata-se apenas de características. Cada grupo tem as suas.

Juntamente com o conceito de egrégora, um outro bem forte caminha junto, que é o karma. Diferentemente do que muitos pensam, karma representa apenas ação e reação. Representa que tudo aquilo que você promove a sua volta vai gerar uma energia de reação. Se suas atitudes forem positivas, as reações a elas também serão. E vice-versa.
Para uma indivíduo comum a percepção sobre karma é muito pequena se comparado a um que trabalha a expansão da consciência. Quando você tem ciência dos seus atos, já sabendo que eles promoverão uma reação natural, certamente você se preocupa mais, ficando mais atento aquilo que faz, diz e até pensa.

O Yôga ensina, dentro dos seus conceitos e técnicas, como fazer você trabalhar o corpo físico, energético, emocional e até mental, visando esta busca pela hiperconsciência. E só de estar inserido num grupo com este objetivo, naturalmente você já é conduzido a uma evolução, mesmo que inicialmente você nem perceba. Acaba, por osmose, se comportando e agindo dentro do mesmo padrão.

Para pertencer a uma egrégora, basta pensar de forma semelhante ao grupo, principalmente aquelas às quais se pertence sem perceber. Até mesmo assistindo um programa de TV ou lendo um livro já o faz pertencer a uma egrégora.
Quando você aprende a trabalhar com as egrégoras, ganha uma valiosa ferramenta para a melhoria da sua qualidade de vida, já que determina em qual grupo você quer estar para que isto se torne efetivo!

Repense agora se você está aonde realmente quer estar. Se faz aquilo que realmente quer fazer, sem ser forçado a tomar suas atitudes. Repense se não se comporta do jeito que a sociedade quer que você de comporte, indo contra seus valores e instintos pessoais. E se não estiver no grupo compatível com aquilo que deseja pra você, mude agora!".


Por: Cherrine Cardoso

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Evidências da existência do Yôga primitivo


Nada nasce já clássico

Em nosos estudos e mais de 20 anos de viagens à Índia detectamos um erro gravíssimo cometido pela maior parte dos autores de livros e pelos professores de Yôga. Declaram eles com frequência que o Yôga mais antigo é o Yôga Clássico, do qual ter-se-iam originado todos os demais. É muito fácil provar que estão sofrendo de cegueira paradigmática. Para começo de conversa, nada nasce já clássico. A música não surgiu como música clássica. Primeiro nasceu a música primitva que foi origem de todas as outras até que, muito tempo depois, apareceu a música clássica. A dança é outro exemplo eloquente. Primeiro surgiu a dança primitiva, que deu origem a todas as outras modalidades e precisou consumir milhares de anos até chegar a um tipo chamado de dança clássica. Nada nasce já clássico. E assim foi como Yôga. Inicialmente, nasceu o Yôga primitivo, Pré-Clássico, pré-ariano, pré-vêdico, proto-histórico. Ele precisou se transformar durante milhares de anos para chegar a ser considerado Yôga Clássico. Provado está que o Yôga Clássico não é o mais antigo, consequentemente, não nasceram dele todos os demais - o Pré-Clássico, por exemplo, não nasceu del.

Além dessa demonstração, nas escavações em diversos sítios arqueolóficos foram encontradas evidências de posições de Yôga muito anteriores ao período clássico e textos que precederam essa época já citavam o Yôga.

É interessamte porque, ao mesmo tempo em que todos os autores afirmam que o Yôga tem mais de 5 mil anos de existência, a maioria declara que o Yôga mais antigo é o Clássico, o qual foi surgir apenas no século terceiro antes da Era Cristã, criando uma lacuna de 3 mil anos, o que constitui incoerência, no mínimo, em ermos de matemática!

(texto extraído do livro Yôga a sérios, DeRose, 4. edição, Uni-Yôga Editora, pags. 29 e 30)


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Observando a metade cheia do copo

Você já deve ter ouvido esse jargão, de ver a metade cheia do copo. Se ainda não ouviu, vou relembrá-lo rapidamente.

Quando você vê um copo com água, que está pela metade, você pensa: "o copo está meio cheio?" ou você pensa "o copo está meio vazio"? Se a sua tendência é dizer que o copo está meio vazio, significa para muitos que você é uma pessoa com tendência ao pessimismo. E claro, aquele que enxerga o copo mais cheio, vê na vida muitas possibilidades e o lado positivo das coisas.

Eu vou ser sincera, tenho uma tendência ao terrorismo com as coisas. Sou racional demais e acredito até que, pela educação que tive, sou um pouco pessimista com as coisas.

Quando você diz que é dono da sua personalidade, tome cuidado e faça uma reflexão. Veja até que ponto você realmente toma decisões baseadas 100% nos seus valores e conceitos, sem nenhuma interferência social ou familiar.

Digo isso porque mesmo sendo avessa a muitos comportamentos impostos pela sociedade, pela religião, pela família, ainda me pego tendo atitudes que me lembram meus pais. Isso só acontece, claro, porque de certa forma tenho ainda enraizado a educação que recebi.

Meu pai, por exemplo, é um cara extremamente organizado. Tudo na vida dele é registrado e metódico. Ele acorda e já sabe exatamente o que vai fazer no seu dia (já foi pior, acho que com a idade vamos nos tornando mais maleáveis). Deixa o café da manhã pronto, a roupa que vai usar, a revista que vai ler, anota quanto de gasolina colocou no carro, sabe exatamente aonde está aquele filme que ele tem gravado e arquivado (e seus arquivos são todos listados como uma grande biblioteca), faz relação de tudo o que gasta (desde uma esmola até a compra de um eletrônico).

E de certa forma eu tenho um pouco disso. Acho que não sou tão da ala radical, mas pergunte as minhas amigas sobre o item organização na minha vida. Tenho certeza de que a maioria vai me taxar de muitooooo organizada e até chata! Eu gosto de ver as coisas arrumadas mesmo, mas até que ponto eu seria assim se não tivesse tido como referência o meu pai? Será que eu me comportaria naturalmente desta forma? Eu mesma me faço essas perguntas! E para mudar um comportamento é preciso inverter na caixa preta, que é o seu inconsciente, o jeito de agir, pensar e se comportar. Quantas vezes eu tentei sair de casa sem arrumar a cama, quantas vezes tentei chegar e tirar a minha roupa jogando tudo pelos cantos do quarto? Aiai, incontáveis vezes. Acha que eu consegui? Pois é, poucas horas depois já preciso ver tudo arrumado, se não começo a ter um faniquito interno!

Na Unidade aonde eu dou aulas sou conhecida como a maníaca do sofá.. não posso ver as almofadas fora de lugar que pronto, lá esto eu arrumando e procurando alinhá-las. Chega a ser um tique!

Fora isso, tenho um outro apelido: sou a Zé do Apocalipse. Sempre que eu acho que tem uma situação rolando e que ela é, na minha percepção, grave, acabo relatando num tom tão alardeador, que parece o fim-do-mundo! Rsrsrsr... eu as vezes rio de mim mesma depois, pelo exagero. Acho que tem um pouco disso nas características do meu signo, porém, quando você é criada e fazem você só ver os problemas, e não enxergar primeiro as soluções, este ar de exagero se acentua.

Meus pais sempre foram extremamente cautelosos, e viviam me educando para não gastar mais do que eu ganhava, para não comprar nada que não tivesse certeza absoluta de que teria o dinheiro para comprar, para que não fizesse dívidas grandes por não saber como estaria a minha situação e a do país. Algo me diz que esta educação limitou um pouco o meu lado sonhador!

Já fiz muitas coisas sem saber ao certo se teria condições pra isso, e no fim deu tudo certo. Mas tenho certeza de que poderia ser ainda melhor e diferente se eu conseguisse sair do paradigma do "desejar com os pés no chão". Será que os grandes empresários bem sucedidos não eram mais eloquentes que racionais? Como alguém pode sonhar, mas se puxando pra baixo ao só reforçar os pontos de dificuldades para realizar seus sonhos?

O Mestre mesmo talvez não tivesse chegado até aonde chegou se só observasse as dificuldades na codificação e sistematização do SwáSthya. Ao ler seu livro: "Ser Forte" vivenciamos junto com ele todos os percalços pelo quais ele passou para chegar até aqui, nos dias de hoje, sendo um educador renomado e conceituado no nosso universo.

Eu pretendo realizar muitas coisas na minha vida, mas sei que primeiro preciso deixar o lado mais lúdico se manifestar. Estou diariamente mudando meu comportamento, minhas atitudes, minhas relações, para quem sabe assim, observar essas alterações na minha visão. Sinto que já mudei em muitas coisas, mas estamos em eterna evolução. Acho que meu melhor dia vai ser aquele em que eu conseguirei, de cara, concordar com uma atitude eloquente, sem racionalizar o que pode haver de pontos contra pra sua realização.

Tem uma outra frase boa pra colocar isso em prática: "você quer ser feliz, ou quer ter razão?". Aquele que sempre busca analisar muito os sonhos, não sonha. Aquele que sempre busca ver os pontos negativos de um desejo, não realiza. E dessa forma, deixa de ser plenamente feliz, por racionalizar demais o que quer ver realizado.

Eu só quero ver a metade cheia do copo, em tudo, a partir de agora. E você?

domingo, 12 de abril de 2009

Não existe Yôga sem um bom relacionamento humano


Não adianta praticar Yôga,
meditação, mantras,
se você não souber se relacionar bem
com as outras pessoas.


Considero requisito principal a capacidade de boas relações humanas e não quero como aluno, nem como assistente, nem mesmo como amigo, alguém que não saiba se relacionar bem com os demais.

Nós do Yôga, temos uma prioridade no nosso esforço (tapah) pelo aprimoramento: é o cultivo das boas relações entre os seres humanos. Sem compreensão não existe Yôga. Não se admite que praticantes ou instrutores de Yôga não consigam superar uma emoção para evitar desentendimento com alguém. Por isso, as Federações estão incluindo este item na sua avaliação e não aprovam os candidatos que tenham dificuldade em se relacionar bem com todo o mundo.

Não adianta nada fazer lindos exercícios, meditar e portar o ÔM se você responde a uma cara feia com outra cara feia. Ou se você sente inveja de outro colega. Ou se você se ofende com alguém. É uma vergonha para todos nós quando chega ao nosso conhecimento que um yôgin se desentendeu com quem quer que seja, ou que se melindrou com outrem.

Com o pretexto da franqueza ou da autenticidade muita gente faz grosserias, o que magoa quem está envolvido no mal-entendido e também quem não está. Amizades promissoras são rompidas para sempre. Fecundas carreiras profissionais são destruídas. Enormes prejuízos morais e financeiros são contabilizados por causa de uma palavra ou fisionomia que poderia ter sido perfeitamente evitada.

Não estamos recomendando o fingimento nem a hipocrisia, mas sim a educação e a elegância. Emoções pesadas sujam mais o organismo do que fumar, beber e comer animais defuntos. Não adianta praticar Yôga, meditação, mantras, se você não souber se relacionar bem com as outras pessoas.

Lapide o seu ego, eduque o seu emocional, reprograme a sua mente. Nós não somos pessoas vulgares e toscas, que habitualmente respondem com crueza a qualquer atitude que não as agrade, gerando, com isso, um mal-entendido atrás do outro.

Quando faço estes apelos, sempre, quem os lê acha que não é consigo, que escrevi para outra pessoa, afinal, suas reações agressivas não terão sido culpa sua: foram todas as vezes, meras reações de legítima defesacontra as ofensas perpetradas por terceiros! Se você pensa assim, aceite minhas condolências. Você sofre de egotite aguda.

Há um método seguro para saber se a culpa é dos outros ou não. Se você se indispõe com, no
máximo, uma pessoa a cada cinco anos, fique tranqüilo. É bem possível que o mal-estar não tenha sido responsabilidade sua. Mas se você freqüentemente precisa se defender com veemência de ações cometidas pelos seus alunos, colegas, amigos, funcionários, prestadores de serviços ou desconhecidos, então você precisa fazer terapia.

As pessoas, em qualquer profissão, tendem a tornar-se difíceis, grosseiras, autoritárias, sempre que progridem na vida ou sempre que são promovidas em seus cargos. No entanto, chegar no topo não é difícil: o difícil é ficar lá. Um verdadeiro líder não é autoritário nem antipático. Se o for, não ficará lá em cima por muito tempo…

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O ciclo existencial

(extraído do livro Yôga, Sámkhya e Tantra do Mestre Sérgio Santos)

(...) Conceitos e paradigmas nos vão sendo impostos por uma cultura que, na maioria das vezes, castra nossas maiores possibilidades. Quando observada de um outro ângulo, a esperança proporcionada pelo acreditar, seja na justiça divida ou seja na ordem social, apenas nos permite orbitar na periferia.

A maioria desses caminhos são considerados simplórios e não passam de um remédio paleativo de preve validade. É como se apenas podássemos os galhos de uma árvore. Ela continuará de pé, sustentada pelas suas raízes, de onde partirão novos ramos e flores, cujos frutos um dia retornarão a terra, cujas sementes produzirão novas aves... e é a terra que fornece o alimento mas tamb´m o que apriziona o homem ao eterno movimento cíclico da Natureza. Dentro de uma esfera que não para de girar, somos arrastados ora para cima, ora para baixo, num jogo interminável.

(...) A intensidade dessas emoções é proporcional ao plano de existência em que esteja cada indivíduo. As criaturas chamadas inferiores, nada disso tem razão de ser, por exemplo, uma planta, um inseto ou um cão, que amoldam-se ao seu meio natural. Mas quer sejam seres racionais, quer sejam irracionais, o fato é que todos estamos juntos nas cadeias do nascimento e da morte, aprizionados pelo ciclo existencial, por sua vez caracterizado pela lei de causa e efeito, o karma.

Pátañjali escreve no yôga sútra (cap. O: vers. 12-15): "O karma tem suas raízes nos obstáculos e é experimentado tanto no nascimento objetivo quanto subjetivo. Permanecendo a existência das raízes, permanecem as consequencias (karmicas) que vão determinar tudo: o nascimento, a própria vida e a suas experiências. Esta produzem alegria ou dor, conforme sua causa seja virtude ou vício. Para o discriminativo, tudo provoca dor, seja devido a antecipação do sentimento de perda, ou a novos desejos produzidos pelos sanskáras, ou ainda, a conflitos entre os gunas."

Imaginemos um homem como um grão de areia se comparado à Terra, a qual nada mais é do que um ponto no sistema solar. Esse, é infito dentro da via-láctea, que também não passa de um minúsculo ponto em relação ao aglomerado de galáxias; assim, ad infinitum. Para cada um desses elementos é atribuído um período de vida, desde uma célula até uma estrela.

Os darshanas (pontos-de-vista), as escolas e filosofia hindu, procuram uma saída na qual o ser humano possa libertar-se do movimento incessante da roda existencial, cujas percepções, vivências e transformações encontram-se limitadas espacialmente e condicionadas a temporalidade.

Em relação ao homem, a forma como ele se apresenta, com sua personalidade distinta, com seus desejos particulares ou coletivos, com suas tendências genéticas, instintivas, emocionais e mentais, tudo isso está incluso nessa mesma esfera sem saída, dentro da qual tudo nasce, se desenvolve, se desfaz e se transforma.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Nossa Cultura

Extraido do blog do DeRose: www.uni-yoga.org.br/blogdoderose


Método DeRose

Os candidatos, quando me procuram, não estão interessados em paliativos para mascarar as mazelas do trivial diário. Eles estão interessados em absorver uma cultura. Segundo o Dicionário Houaiss, cultura significa, entre outras coisas: conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social. Pois bem, Nossa Cultura é uma reeducação comportamental que contempla especialmente o bom relacionamento entre os seres humanos e tudo o que possa estar associado com isso (por esse motivo, foi sugerido que nossa profissão se denominasse sócio-humanismo).

Esta proposta seleciona o público mais afeito à cultura e faz alusão ao fato de que não ensinamos apenas algumas técnicas, mas que transmitimos uma cultura. Como consequência, ficamos atrelados ao Ministério da Cultura e não ao Ministério da Educação. Em reunião que tive em Brasília com o Ministro Gilberto Gil, ele me disse uma frase memorável: “Conhecimento é com o Ministério da Educação. Autoconhecimento é com o Ministério da Cultura”, que é o nosso caso.

Procuro reeducar meus leitores para que se tornem pessoas melhores, mais polidas, mais viajadas, mais refinadas, mais civilizadas, mais cultas, que aprimorem inclusive sua linguagem e boas maneiras. Sugiro uma revolução comportamental, propondo uma forma mais sensível e amorosa de relacionamento com a família, com o parceiro afetivo, com os amigos, com os subordinados e até mesmo com os desconhecidos. Recomendo que eventuais conflitos sejam solucionados polidamente, sem confrontos. Como complemento a esta proposta, ensino reeducação respiratória, reeducação postural, reeducação alimentar etc., proporcionando condições culturais e sociais para que as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor e os jovens se mantenham longe das drogas. Tudo isso junto, em última análise, contribui para o autoconhecimento.



segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ao longo de 5000 anos muita deturpação pode acontecer

Texto postado pelo Mestre DeRose em seu blog no dia 2 de Abril de 2009 pelo Educador DeRose

O Yôga tem 5000 anos de existência. Nesses cinco milênios, foi desvirtuado sucessivas vezes pelas invasões que a Índia sofreu. Façamos uma comparação. Estamos no século XXI da Era Cristã. Muito bem. Existe uma luta chamada Capoeira, que é legitimamente brasileira. Tem suas raízes em tradições africanas, porém nasceu no nosso país. Imaginemos que dentro de alguns anos, a Amazônia será invadida por uma outra nação com o pretexto de ocupá-la para salvar tão precioso patrimônio da humanidade das mãos desses latino-americanos irresponsáveis que a estão destruindo.

Tal como os drávidas que viviam na Índia há 5000 anos, os brasileiros não têm tradição guerreira. Já os invasores, esses sim, contabilizam uma história de guerras, conquistas e império, tal como os sub-bárbaros arianos que invadiram a Índia a 1500 a.C. e cometeram o primeiro grande desnaturamento do Yôga.

Como ocorreu com o Império Romano, que ia incorporando outras culturas (ao absorver do Lácio o latim, da Grécia a arquitetura, escultura, mitologia etc.), esse novo império absorve a Capoeira. Em pouco tempo, digamos, um século, classificam-na como dança (“afinal, eles não dançam?”). E a reestruturam, pois isso de bater atabaques e tocar um instrumento de cordas com uma corda só é muito primitivo. Eliminam os tambores e substituem o berimbau pela guitarra eletrobioplásmica, com acompanhamento de “sincretizador” (que substituirá o computador, aquela máquina primitiva que vivia “dando pau” e pegando vírus).

Passam-se mil anos. Lá pelo ano 3000 da era Cristã, ocorre outra invasão. O Brasil é ocupado por uma terceira etnia e novos Mestres de Capoeira introduzem uma codificação que a define como religião (“afinal, eles não se benzem antes de jogar?”). Uma dança religiosa, uma dança ritual. Surgem mosteiros, templos e igrejas do culto Capoeirista. Essa vertente passa a ser conhecida como Capoeira Clássica.

Passado mais um milênio, e em torno do ano 4000, já não se fala a mesma língua, nem habita neste território o mesmo povo. Surpreendentemente, a Capoeira sobreviveu e tem mesmo um sólido sistema cultural que a preserva. Só que agora, após alguns concílios, decidiram que Capoeira é uma terapia. Passa a ser uma dança espiritual terapêutica.

Mais um milênio se passa. Estamos lá pelo ano 5000 d.C. Ninguém mais se lembra das suas origens. Criam mitologias. Surgem versões negando que a Capoeira tenha surgido em uma nação mítica chamada Brasil, a qual teria existido há tanto tempo que caiu no esquecimento. Alguns eruditos defendem que a Capoeira teria sido criada pelos negros escravos, mas a etnia então dominante nega-o peremptoriamente, e ameaça de punição quem se atrever a insistir nessa invencionice subversiva. A Capoeira é institucionalizada como uma prática para a terceira idade.
Torna-se uma dança espiritual terapêutica para idosos.

Outros mil anos são transcorridos. Estamos agora no ano 6000 da Era Cristã. Todas as evidências de uma civilização latino-americana desapareceram, apagadas intencionalmente pelos cientistas e religiosos desse novo período histórico. A opinião pública de então, decide que Capoeira é para mulheres, que é ótima para TPM, gestação, rugas, celulite, varizes e que rejuvenesce. A Capoeira passa a ser classificada como uma dança espiritual, terapêutica, para idosos e para mulheres. Quem afirmar que a Capoeira legítima é uma luta, destinada a pessoas jovens e saudáveis, passa a ser acusado de discriminar os enfermos, os idosos e as mulheres; é acusado de ser polêmico; torna-se perseguido e severamente castigado com a difamação, exclusão, execração e ameaças de morte.

Bem, no caso da Capoeira, nós só abordamos 4000 anos de deturpações, do ano 2000 ao ano 6000 d.C. No caso do Yôga precisamos computar mais um milênio de distorções, já que essa filosofia conta com cinco mil anos de existência.

Oh! Céus! Eu disse filosofia? Foi sem querer. Juro. Eu quis dizer uma terapia mística para enfermos, mulheres e idosos.

Chegando

Vou usar esse blog para postar textos sobre o SwáSthya Yôga, hoje mais conhecido como Método DeRose, que explique um pouco mais desta filosofia incrível de vida adotada por inúmeros praticantes no mundo todo.

Em breve retorno com o primeiro e uma apresentação!

Bem vindo.