quinta-feira, 25 de junho de 2009

A força e o poder de uma egrégora

Esta coluna foi publicada no site www.anallia.com.br em junho.

"Esses dias parei para fazer uma reflexão sobre o valor e a importância dos grupos nos quais estamos inseridos desde o momento em que nascemos.
Se formos analisar, esses grupos são os grandes responsáveis pela nossa maneira de ver e nos relacionar com o mundo a nossa volta.

É por meio de um que moldamos nossa personalidade e identidade, que buscamos descobrir aquilo que realmente gostamos.
Entretanto, um indivíduo, em sua constante mutação, migra de um grupo a outro em diversos momentos na sua vida. Segue moda, tendência, comportamento, hábitos, costumes e isso tudo é o que determina de qual grupo ele faz parte.

Perceba que você mesmo consegue distinguir, só de olhar, passeando por um bairro ou shopping ou parque, de qual grupo certa pessoa faz parte. Você reconhece pelo tipo de roupa, pelos assessórios, pelas gesticulações e sabe identificar se é uma pessoa refinada ou não. Talvez até de que grupo social ela pertence.
Dentro da nossa cultura identificamos esta força do grupo como egrégora. A tradução deste termo, uma palavra grega da terminologia egregoroi, diz que é o conjunto de formas-pensamentos de duas ou mais pessoas, voltadas para algum propósito. Diz também que todo grupamento humano possui uma, seja ele uma empresa, clube, família ou até de ordem iniciática.

O Prof. DeRose, com seus quase 50 anos de magistério com o Yôga, também identificou o poder e a importância da egrégora. Para ele “egrégora designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade”. Hoje você consegue saber de qual tipo de Yôga um praticante pertence só de observá-lo.

Aqueles que conhecem os alunos e instrutores do Método DeRose percebem, logo de cara, que trata-se de um grupo de pessoas preocupadas em preservar o bom relacionamento humano, a boa educação, a limpeza, o bem estar, a amizade, o carinho. Sem forçar, de forma natural. Os que chegam sente, se identificam e ficam, se tiverem sintonia com a mesma vibração. Alguns até estranham, mas se a energia for compatível, logo sentem-se parte do mesmo universo. Entretanto trata-se apenas de características. Cada grupo tem as suas.

Juntamente com o conceito de egrégora, um outro bem forte caminha junto, que é o karma. Diferentemente do que muitos pensam, karma representa apenas ação e reação. Representa que tudo aquilo que você promove a sua volta vai gerar uma energia de reação. Se suas atitudes forem positivas, as reações a elas também serão. E vice-versa.
Para uma indivíduo comum a percepção sobre karma é muito pequena se comparado a um que trabalha a expansão da consciência. Quando você tem ciência dos seus atos, já sabendo que eles promoverão uma reação natural, certamente você se preocupa mais, ficando mais atento aquilo que faz, diz e até pensa.

O Yôga ensina, dentro dos seus conceitos e técnicas, como fazer você trabalhar o corpo físico, energético, emocional e até mental, visando esta busca pela hiperconsciência. E só de estar inserido num grupo com este objetivo, naturalmente você já é conduzido a uma evolução, mesmo que inicialmente você nem perceba. Acaba, por osmose, se comportando e agindo dentro do mesmo padrão.

Para pertencer a uma egrégora, basta pensar de forma semelhante ao grupo, principalmente aquelas às quais se pertence sem perceber. Até mesmo assistindo um programa de TV ou lendo um livro já o faz pertencer a uma egrégora.
Quando você aprende a trabalhar com as egrégoras, ganha uma valiosa ferramenta para a melhoria da sua qualidade de vida, já que determina em qual grupo você quer estar para que isto se torne efetivo!

Repense agora se você está aonde realmente quer estar. Se faz aquilo que realmente quer fazer, sem ser forçado a tomar suas atitudes. Repense se não se comporta do jeito que a sociedade quer que você de comporte, indo contra seus valores e instintos pessoais. E se não estiver no grupo compatível com aquilo que deseja pra você, mude agora!".


Por: Cherrine Cardoso

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Evidências da existência do Yôga primitivo


Nada nasce já clássico

Em nosos estudos e mais de 20 anos de viagens à Índia detectamos um erro gravíssimo cometido pela maior parte dos autores de livros e pelos professores de Yôga. Declaram eles com frequência que o Yôga mais antigo é o Yôga Clássico, do qual ter-se-iam originado todos os demais. É muito fácil provar que estão sofrendo de cegueira paradigmática. Para começo de conversa, nada nasce já clássico. A música não surgiu como música clássica. Primeiro nasceu a música primitva que foi origem de todas as outras até que, muito tempo depois, apareceu a música clássica. A dança é outro exemplo eloquente. Primeiro surgiu a dança primitiva, que deu origem a todas as outras modalidades e precisou consumir milhares de anos até chegar a um tipo chamado de dança clássica. Nada nasce já clássico. E assim foi como Yôga. Inicialmente, nasceu o Yôga primitivo, Pré-Clássico, pré-ariano, pré-vêdico, proto-histórico. Ele precisou se transformar durante milhares de anos para chegar a ser considerado Yôga Clássico. Provado está que o Yôga Clássico não é o mais antigo, consequentemente, não nasceram dele todos os demais - o Pré-Clássico, por exemplo, não nasceu del.

Além dessa demonstração, nas escavações em diversos sítios arqueolóficos foram encontradas evidências de posições de Yôga muito anteriores ao período clássico e textos que precederam essa época já citavam o Yôga.

É interessamte porque, ao mesmo tempo em que todos os autores afirmam que o Yôga tem mais de 5 mil anos de existência, a maioria declara que o Yôga mais antigo é o Clássico, o qual foi surgir apenas no século terceiro antes da Era Cristã, criando uma lacuna de 3 mil anos, o que constitui incoerência, no mínimo, em ermos de matemática!

(texto extraído do livro Yôga a sérios, DeRose, 4. edição, Uni-Yôga Editora, pags. 29 e 30)