quinta-feira, 30 de julho de 2009

"Você sabia que Shiva era um homem e foi o criador do Yôga?

Você já deve ter percebido que muitas pessoas tem preconceito com relação a algumas atividades. Basta você fazer um comparativo rápido. Imagine uma menina toda delicadinha entrando pra uma prática como jiu-jitsu ou então um cara fortão iniciando uma aula de ballet clássico. Parece esquisito não? Mas são apenas paradigmas, conceitos sociais impostos e aceitos.

Com o Yôga não foi diferente. A maioria das pessoas tem uma visão deturpada do que é propriamente esta prática e filosofia. Muitos a imaginam como um método de relaxamento e meditação apenas. Outros vêem como uma prática voltada às mulheres. Errado!


O Yôga pré-clássico, que surgiu há mais de 5 mil anos na Índia, foi praticado primeiramente por um homem. Seu nome? Shiva! Isso mesmo. Shiva não é uma deusa, não era mulher. Shiva foi um homem, com traços fortes, musculatura definida e uma consciência corporal de dar inveja a qualquer dançarino. Tanto que um de seus arquétipos é descrito como o rei dos bailarinos, Natarája, tamanha destreza em seus movimentos.

O que acontece é que muitos conceitos desta prática foram se perdendo ao longo destes milhares de anos, mediante as invasões sofridas naquele país. A Índia foi o país mais invadido da história, no mundo. Passou por guerras bárbaras, foi colonizada por ingleses, portugueses etc. E suas características ancestrais tiveram uma deturpação tamanha, que o que conhecemos como Yôga dá lugar a apenas uma prática sem cunho filosófico, que chamamos de Ióga.

Ai você vai me perguntar: mas não é a mesma coisa? Yôga e Ióga? E eu respondo: não! Porém deixo isso como pauta pra próxima coluna, destrinchar mais as diferenças entre esses dois conceitos, que vão além da maneira diferente de escrever a palavra.


Vamos voltar ao conceito de que Yôga é pra homem. Se seu criador era um homem, não teria como a prática ser exercida por outro sexo. Entretanto, vemos nos dias de hoje muitas mulheres praticando, se destacando, e tendo até performances melhores que as dos homens. E eu digo: ufa! Que bom. Afinal, sou instrutora e não teria esta profissão se houvesse uma restrição da prática ser apenas para eles.

Mas ai vem a questão: por que será que tantos homens se bloqueiam ao pensar em praticar Yôga? Mais uma vez eu respondo! Por pura falta de informação. Por infelizmente se ater a divulgação da mídia e imaginarem que vão estar numa sala, com luz baixa, uma musiquinha de relaxamento e apenas mulheres em volta. Não que elas não estejam na mesma sala que você, entretanto, não é uma prática apenas para elas!

Então se você é homem e está lendo minha coluna, elimine neste momento esta imagem e conceito.

Vá ao YouTube, busque por SwáSthya Yôga e veja a prática de inúmeros demonstradores de coreografia para observar os homens que praticam, suas performances, suas definições físicas e sua expressão, observe como praticam com um semblante de felicidade estampado no sorriso, no olhar. (pode já dar uma olhadinha nas fotos em volta do texto!).


Isso só fará você perceber que além de ser uma prática extremamente forte é também linda. É uma atividade mesclada com conceitos filosóficos, que farão você não apenas se conhecer melhor e trabalhar seu corpo físico e orgânico, como também interagir de maneira mais consciente com o Universo a sua volta"
. Por: Cherrine Cardoso